quinta-feira, 26 de junho de 2014

LEI MUWAJI - Lei 1057/2017 - Direitos Fundamentais da criança indígena

LEI 1057/2007
LEI  MUWAJI
Que combate as práticas tradicionais nocivas e à proteção dos direitos fundamentais de crianças indígenas (INFANTICÍDIO).
Algumas tribos não consideram essas práticas nocivas, já que tem um conceito de vida e morte diferentes.
Cliford Geertz, antropólogo, usa os elementos RELATIVISMO CULTURAL e ETNOCENTRISMO. Avalia também o PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA sob a ótica da CF/88.
A lei 1.057.2007 amparou-se no DIREITO À VIDA (o art. 231 da CF/88 não deve ser interpretado de forma desvinculada do PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA). As comunidades indígenas, porém , contestam esse conceito.
A antropologia analisa o caráter UNIVERSALISTA e INTERVENTOR da Lei 1.057/2007.
1)      Ferramenta antropológica. É explorada a noção de cultura, sob a visão de Cliford Geertz.
2)      Ferramenta jurídica> Noção e importante função do PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
3)      Crítica da antropologia ao PL 1057/2007

1.1   TEORIA INTERPRETATIVA DA CULTURA: PERSPECTIVA DE GEERTZ
Segundo ele,o homem e as relações humanas devem ser interpretados em suas particularidades culturais, e não sintetizados como se fossem leis gerais.
A interpretação cultural, através do instrumento da PRÁTICA ETNOGRÁFICA (descrição densa) , é possível somente pela APROXIMAÇÃO DE DADOS CONCRETOS. Ao estudar uma comunidade indígena, o antropólogo DEPENDE da INFORMAÇÕE REVELADAS PELOS NATIVOS.
Cita que WEBER diz que “o homem é um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu.”
CULTURA (1871, Tylor): em seu mais amplo sentido etnográfico, é o complexo que inclui, conhecimento, crença, arte, moral, lei , costume e outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na condição de membro de sociedade.
É por intermédio dos PADRÕES CULTURAIS, amontoados ordenados de símbolos significativos, que o homem encontra sentido nos acontecimentos através dos quais ele vive.
É o estudo da cultura , a totalidade acumada de tais padrões, é o estudo da maquinaria que os indivíduos ou grupos de indivíduos empregam para orientar a si mesmos no mundo.
A CULTURA modela o COMPORTAMENTO HUMANO, já que fornece símbolos (diretrizes abrangentes da conduta).
São símbolos para Geertz: formulações tangíveis de noções, abstrações da experiência fixada em formas perceptíveis, incorporções concreta de idéias, atitudes, julgamentos, saudades ou crenças.
Exemplo de símbolos: o calendário, uma obra de arte, a palavra “amor”, uma música.
Então os SIGNIFICADOS DA CULTURA de um povo estão sintetizados e representados em símbolos, construídos para que sua vida tenha sentido.
Os SISTEMAS DE SÍMBOLOS têm mútuo papel:
a)      Modelos da realidade : ex: o homem elabora uma teoria sobre as condições climáticas, da acidez do solo, necessidade de fertilizantes, para obter MAIOR PRODUTIVIDADE.
b)      Modelos para a realidade: a teoria é modelada de acordo com o desenvolvimento da referida plantação, i.é.,de acordo com os resultados obtidos com as condições climáticas, acidez do solo e qualidade dos fertilizantes utilizados.
Somente os homens possuem uma ligação entre os modelos “da” e “para” a realidade, porque os homens modelam a realidade, e também se adaptam a ela, diferentemente dos animais.
1.1.3 Pensamento humano e diversidade cultural
Na época do nazismo propunha-se que a RAÇA ARIANA era uma raça superior. Outras crenças: “índio é preguiçoso”, “japoneses são mais inteligentes”, etc
A infidelidade de homens e mulheres estaria relacionada a determinados genes, ou pessoas com certos atributos genéticos estariam mais propensas a trair.Os homens com a versão mais curta do gene tendem a ser mais promíscuos e os que têm a versão longa do gene tendem a ser monogâmicos e a ficar mais vinculados em casa e a cuidar dos filhos. Esse estudo é causa de polêmica.
Para a Antropologia os homens comportar-se-iam diferentemente das mulheres não em razão de hormônios, mas porque a cultura lhes fornece um leque de possibilidades de comportamentos e identificações distintos.
Para outros a DIVERSIDADE CULTURAL é resultante da GEOGRAFIA (o tipo de clima, vegetação e outras condições naturais específicas do local onde o povo se instalou) interfeririam fortemente nesse grupo. FRANZ BOAS refuta esta tese, dizendo que a influência da GEOGRAFIA é apenas limitada.
Haveria, pela PERSPECTIVA TRADICIONAL sobre a evolução biológica e cultural do homem um MOMENTO MÁGICO, rebatido por GEERTZ, em que diz que o desenvolvimento total da biologia humana NÃO SERIA PRÉ-REQUISITO para a CAPACIDADE DE ACUMULAÇÃO CULTURAL

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